Enquanto caminho
Respiro o silêncio desse tempo (ou serão gritos?)
Onde as sombras se acentuam nos becos da Cidade
E os ignorantes dormem.
Aguardo, brevemente, que o sal da terra alimente os
inocentes,
Alivie as dores do mundo,
Das crianças,
Dos enfermos.
Os dias escorrem entre nossas mãos,
Pálidas e fracas,
Úmidas de medo, de fome, de tristeza,
Do pulsar de corações cansados pela lida diária e
infinita...
Caminho, devagar, quase sem forças,
Entre o lixo,
Os bichos,
Na escuridão que me toma a alma.
Quem luta?
Quem busca a saída?
Quem encontra forças no olhar além,
Na natureza,
Na mão estendida,
Na lágrima que brota?
É insensato o coração que acredita?
Recife, 17/06/2022