segunda-feira, 24 de outubro de 2011

III CANÇÃO

Meu cantar
É dor no peito
Tristeza e pesar
Pelo amor desfeito.

Quando canto essa dor
Espalho meu grito no vento
Transformo todo sofrimento
Em poema!

TARDE

A tarde arde
Invade meus espaços
Violenta meu ser
E fere meus olhos...

A tarde arde
Esquenta minha face
Alimenta minha vida
Inferniza meus ouvidos...

A tarde ardente
Cor do sol poente
Ilumina minha mente,
Tão sombria,
E da minha solidão
Faz um pingente.

E pendura na primeira estrela
Que ainda tarda, esquecida,
Em meu desejo,
Fogo derramado,
Que na alma anoitece e incendeia.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MARESIA


Aportei no cais eterno
Depois de tantas águas turvas
Em mar aberto.
E minha cabeça
Em maresia,
Rodopiava como se dançasse
Uma louca música invisível.

Meus olhos molhavam com as mesmas águas salgadas
O meu rosto marcado
Pelos ventos dos séculos.
E eu sabia ser impossível
A busca pelo fundo do oceano,
Cheio de profundas mágoas
De sonhos inacabados
E continuava, em maresia,
A procura do infinito!