segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

domingo, 1 de setembro de 2013

A Palavra (II Intervenção)



Estou muda
O grito preso no peito
A saudade alagando  todos os sentimentos,
A tristeza invadindo meus olhos,
O medo sufocando meus passos.

Nenhuma palavra!
Nenhum verbo que me faça sair do escuro,
Que me faça correr rumo ao futuro,
Que me faça bem...

Estou muda,
Cansada,
Entregue,
Velha!

Olho os cemitérios e as pontes,
Transbordo os rios,
Derramo o sangue na terra...
Estou muda
E o grito fere minha garganta fechada!

Desesperança sem tamanho,
Palavra que se desfaz no pensamento,
Solidão.
Estou aridez e sertão!

sábado, 31 de agosto de 2013

A PALAVRA ( I Intervenção)



Tenho todas as palavras presas dentro de mim,
E não quero liberta-las.

Cada vez que me distraio,
Uma frase, uma exclamação, um substantivo qualquer
Tenta fazer uma redação a revelia,
Talvez escrever um livro ou uma poesia!

Quero a lucidez, a razão, a verdade!
Não dou ouvidos ao sonho, à beleza, ao abstrato.
Para que rimar a dor com o amor?
Não quero mistérios,
Não quero quimeras,
Paixões, tormentas e luar!

Quero concordar com o obvio,
Anseio pelo comum, pelo verbo...

Tenho as palavras presas em mim
E permaneço atenta ao girar a chave de minha alma:
Enquanto cativa da racionalização
Permaneço sóbria, rasa, comum
E concordo e sou como a maioria
E não reflito, apenas vou e volto
Ao sabor dos ventos e das marés.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Espera



O momento em que busco o salto no escuro,
E o suor escorre pelas mãos,
E o fôlego me falta,
E a tristeza me domina...

Lanço o corpo e o frio congela a dor,
A sombra alcança a alma,
A noite adormece o medo,
A solidão me envolve no seu manto de estrelas...

Abro os olhos e um vulto me espia do espelho
Alimentando o meu anseio de verdades,
Sofrendo a prisão das palavras,
Inúteis.
Cansaço,
Sertão de sentimentos,
Varais de espinhos.
Lembranças do que não vivemos,
Absurdamente espero!