Tenho todas as palavras presas dentro de mim,
E não quero liberta-las.
Cada vez que me distraio,
Uma frase, uma exclamação, um substantivo qualquer
Tenta fazer uma redação a revelia,
Talvez escrever um livro ou uma poesia!
Quero a lucidez, a razão, a verdade!
Não dou ouvidos ao sonho, à beleza, ao abstrato.
Para que rimar a dor com o amor?
Não quero mistérios,
Não quero quimeras,
Paixões, tormentas e luar!
Quero concordar com o obvio,
Anseio pelo comum, pelo verbo...
Tenho as palavras presas em mim
E permaneço atenta ao girar a chave de minha alma:
Enquanto cativa da racionalização
Permaneço sóbria, rasa, comum
E concordo e sou como a maioria
E não reflito, apenas vou e volto
Ao sabor dos ventos e das marés.