sábado, 31 de agosto de 2013

A PALAVRA ( I Intervenção)



Tenho todas as palavras presas dentro de mim,
E não quero liberta-las.

Cada vez que me distraio,
Uma frase, uma exclamação, um substantivo qualquer
Tenta fazer uma redação a revelia,
Talvez escrever um livro ou uma poesia!

Quero a lucidez, a razão, a verdade!
Não dou ouvidos ao sonho, à beleza, ao abstrato.
Para que rimar a dor com o amor?
Não quero mistérios,
Não quero quimeras,
Paixões, tormentas e luar!

Quero concordar com o obvio,
Anseio pelo comum, pelo verbo...

Tenho as palavras presas em mim
E permaneço atenta ao girar a chave de minha alma:
Enquanto cativa da racionalização
Permaneço sóbria, rasa, comum
E concordo e sou como a maioria
E não reflito, apenas vou e volto
Ao sabor dos ventos e das marés.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Espera



O momento em que busco o salto no escuro,
E o suor escorre pelas mãos,
E o fôlego me falta,
E a tristeza me domina...

Lanço o corpo e o frio congela a dor,
A sombra alcança a alma,
A noite adormece o medo,
A solidão me envolve no seu manto de estrelas...

Abro os olhos e um vulto me espia do espelho
Alimentando o meu anseio de verdades,
Sofrendo a prisão das palavras,
Inúteis.
Cansaço,
Sertão de sentimentos,
Varais de espinhos.
Lembranças do que não vivemos,
Absurdamente espero!