quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ESTRANHEZA

Que estranho ser habita em mim
Na calada da noite,
Enquanto homens e mulheres de bem
Dormem o sono dos justos?

Enquanto eu me transformo em outras mulheres,
Estranhas que não conheço,
Sinto despertar em meu peito sentimentos novos, ardentes,
Que clamam por sair aos gritos de dentro de mim.

Não me reconheço ao olhar-me no espelho
E ao mesmo tempo em que me encaro estranha e feia,
Vejo brotar em meus olhos
Um sorriso feito de tempo.

Sou aquela que beijou teus lábios frios,
A mesma que acalentou a criança abandonada,
A que acolheu o orvalho da madrugada.
Sou aquela que, pouco a pouco, segurou teu ombro trêmulo de medo,
Abraçou a velhinha cansada da esquina,
Deu alimento aos famintos,
Consolou teu choro,
Aliviou tua dor...

Meu nome?
Pode me chamar solidariedade!

Um comentário:

disse...

Acho que a solidariedade talvez seja uma velha cansada de guerra.

Bjo