Canto a dor dos que não conseguem amar
Porque se olham no espelho e não vêem nada.
Canto a tristeza dos que não acreditam
Porque vêem apenas o óbvio.
Eu canto porque é noite
E todas as janelas estão fechadas,
E todos os amores estão sedentos,
E todas as flores exalam seus odores...
No mesmo instante em que espalho meu canto
As mulheres choram
Enterrando seus mortos nos cemitérios
E as crianças perambulam pelas calçadas das grandes cidades...
Canto a luta desta terra seca e sedenta
Enquanto os homens prometem
E nada cumprem...
Canto o sofrimento dos que têm medo
E dormem trêmulos esperando o golpe
Da fome
Da doença
Do sofrimento...
Eu canto sempre
E minha música não tem nome
Apenas reflete a vontade de abraçar
E absorver a tristeza
E libertar!
quarta-feira, 28 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
PRIMEIRO DESAMOR
A tristeza tomou conta devagarzinho,
Como quem chega para um baile,
Leve, solta, esvoaçante...
Árvores nuas,
Dias sombrios,
E o outono em meu coração.
Vento forte,
Chuva torrencial
E a lágrima vermelha,
Invadindo sem deixar rastros,
Ocupando todos os espaços,
Ardente,
Chama acesa,
Em meu seio de menina.
Como quem chega para um baile,
Leve, solta, esvoaçante...
Árvores nuas,
Dias sombrios,
E o outono em meu coração.
Vento forte,
Chuva torrencial
E a lágrima vermelha,
Invadindo sem deixar rastros,
Ocupando todos os espaços,
Ardente,
Chama acesa,
Em meu seio de menina.
OUTONO
Manhã.
Acordo cedo, com o cheiro da terra vermelha molhada!
Não acredito, abro a janela... nuvens negras cobrem o céu e, animada, corro para fora.
Nem percebo a camisola fina, os pés descalços, os cabelos brancos despenteados.
Não sinto a fome de dias envergando meu corpo pálido e magro. Não vejo o casebre arrasado pela morte, o chão de barro pisado, a cal descascando pela ação do sol agrestino.
Cheiro ofegante o ar úmido do outono, e viajo nas cores vermelhas e alaranjadas dos arbustos, do capim ressecado pelo eterno verão e respiro a esperança do verde!
Pulo que nem criança, comemorando o novo!
Será verdade?
Vivo sem perceber as estações: sempre verão, pouco inverno a não ser em meu coração.
E o outono chegou?
Espero e não desisto. Não interessa se sonho ou se estou apenas viva. Quero tecer as cores outonais no meu coração, nessa tapeçaria de saberes nordestinos.
Acordo cedo, com o cheiro da terra vermelha molhada!
Não acredito, abro a janela... nuvens negras cobrem o céu e, animada, corro para fora.
Nem percebo a camisola fina, os pés descalços, os cabelos brancos despenteados.
Não sinto a fome de dias envergando meu corpo pálido e magro. Não vejo o casebre arrasado pela morte, o chão de barro pisado, a cal descascando pela ação do sol agrestino.
Cheiro ofegante o ar úmido do outono, e viajo nas cores vermelhas e alaranjadas dos arbustos, do capim ressecado pelo eterno verão e respiro a esperança do verde!
Pulo que nem criança, comemorando o novo!
Será verdade?
Vivo sem perceber as estações: sempre verão, pouco inverno a não ser em meu coração.
E o outono chegou?
Espero e não desisto. Não interessa se sonho ou se estou apenas viva. Quero tecer as cores outonais no meu coração, nessa tapeçaria de saberes nordestinos.
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