terça-feira, 18 de maio de 2010

Falando do Outono

Nunca vivi um dia sequer sem pensar na morte...
Caminho pelas ruas de minha cidade e vejo pequenos animais mortos: passarinhos, formigas, aranhas, lagartos verdes e marrons. Um dia desses, vi um sapo barriga de fogo, inchado e morto!
As plantas também morrem diariamente: as flores murcham e caem de seus caules, as folhas amarelam e caem no solo, e são levadas pelo vento.
Ligo a televisão e vejo os mortos de um atentado no Afeganistão. Nem sei onde fica esse país, mas vejo sangue e morte por todo o chão!
Logo adiante nova notícia, bandidos e policiais em tiroteio no Rio de Janeiro, menino morto com bala perdida...

Até as palavras, que tanto falam de amor e dor, e amantes ardentes, e nuvens no azul do céu, também morrem quando falam em cemitérios, almas penadas, tragédias e terremotos.

Nunca pensei na morte como uma passagem. Mas o outono é uma passagem e é morte! E é vento frio e madrugadas vazias.

Será que a dor que sinto intensamente em meu peito antigo e frágil é a minha morte? Será que morro nesse dia triste de setembro?

A morte mora em mim e sempre vivo no outono!

domingo, 16 de maio de 2010

POESIA

Quando quero expressar o que sinto
Coloco no papel os sentimentos profundos
Penso nas palavras, apago e existo
Azul no branco que traz em si tantos mundos.

Sou poeta
Cheia de mistérios
E escrever me faz completa
Mesmo que caminhe, à noite, pelos cemitérios.

Busco o que perdi
Nas minhas andanças e indagações,
Procuro as emoções que vivi
Nos vastos caminhos de ambições.

A poesia me traz de volta a magia
Quando tento simplesmente ser
Menina, novamente criança, espalhando a alegria
De poder amar e, por fim, transcender!