Nunca vivi um dia sequer sem pensar na morte...
Caminho pelas ruas de minha cidade e vejo pequenos animais mortos: passarinhos, formigas, aranhas, lagartos verdes e marrons. Um dia desses, vi um sapo barriga de fogo, inchado e morto!
As plantas também morrem diariamente: as flores murcham e caem de seus caules, as folhas amarelam e caem no solo, e são levadas pelo vento.
Ligo a televisão e vejo os mortos de um atentado no Afeganistão. Nem sei onde fica esse país, mas vejo sangue e morte por todo o chão!
Logo adiante nova notícia, bandidos e policiais em tiroteio no Rio de Janeiro, menino morto com bala perdida...
Até as palavras, que tanto falam de amor e dor, e amantes ardentes, e nuvens no azul do céu, também morrem quando falam em cemitérios, almas penadas, tragédias e terremotos.
Nunca pensei na morte como uma passagem. Mas o outono é uma passagem e é morte! E é vento frio e madrugadas vazias.
Será que a dor que sinto intensamente em meu peito antigo e frágil é a minha morte? Será que morro nesse dia triste de setembro?
A morte mora em mim e sempre vivo no outono!
terça-feira, 18 de maio de 2010
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