terça-feira, 17 de outubro de 2017

Cena de sangue

A noite teima em trazer sons e cheiros de morte...

Enquanto ando pelos vazios e escuros da mente
Os becos se escondem com olhos de estranhos
Pisando em cacos de copos sujos
E inalando fumaça de cigarro barato.

Quem sou eu,
Caminhante errante,
que derramo sal e suor e gozo
E tremo e ardo e me abro em flor?

Cenas de sangue
E dor
Que sussurram e engolem as vozes das mulheres
Aquelas de "vida fácil"
Tão frágeis
Tão entregues
Nas máscaras que escondem suas faces.

Quem sou eu,
Amiga, irmã, mãe, avó, amante
Que consola, que se importa
Que afaga e chora a mesma dor?

Cenas de sangue
Na faca
Na bala, na droga
No inferno de viver em vão...

Enquanto os homens de bem dormem
As mulheres sangram,
Choram, gritam e morrem!

Cenas de sangue
E dor
Na calada da noite.

Quem se importa?

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