Nunca fui a fada
Nunca fui a santa
Nem permiti que a bondade
Se instalasse em meus ossos.
Preciso da raiva
Como do ar quente
Que circula em meu corpo.
Preciso querer-me bem:
Nervos, flor e mel,
Dor e paixão.
A poeira do sertão me alimenta
A origem do palavrão
Contenta todos os anseios
Que trago no peito
- abrigo do coração.
Recuo no tempo
Breve vislumbre do que não quis
Ou não vivi.
Paz?
Não nego o sabor desse sentir
Mas minha alma clama pela guerra
De suor, e sangue, e fluidos, e bocas...
Intensamente
Teu olhar me domina
E me debato contra teus abraços
Que querem domínio
Sobre mim!
Sou liberdade,
Mas sou janela fechada,
Prisioneira
Dentro de mim!
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
INSENSATEZ
Silenciosa e breve
Caminho por entre ondas,
A areia cálida pelos rastros ainda vermelhos
Deste sol ardente.
Loira, linda
Sou devorada por olhos
E tantas noites insanas
Perturbam meus pelos,
Meus nervos...
Derramo meu corpo
E me entrego ao gozo
Porque sei que o amor é breve
É folha ao vento
Que sopra e seca
Minhas roupas, penduradas,
No varal do tempo!
Caminho por entre ondas,
A areia cálida pelos rastros ainda vermelhos
Deste sol ardente.
Loira, linda
Sou devorada por olhos
E tantas noites insanas
Perturbam meus pelos,
Meus nervos...
Derramo meu corpo
E me entrego ao gozo
Porque sei que o amor é breve
É folha ao vento
Que sopra e seca
Minhas roupas, penduradas,
No varal do tempo!
sábado, 13 de fevereiro de 2010
(EN) CANTO
Todas as manhãs
Acordo encantada
Pelo doce tremular
Das tuas pálpebras
Adormecidas.
E os meus dedos, inconscientemente, teimam em passear
Pelo leve pulsar
Como se quisessem
Acorrentar os pássaros.
Doce ilusão: esses pássaros,
Ah! Esses pequenos pássaros
São livres!
Acordo encantada
Pelo doce tremular
Das tuas pálpebras
Adormecidas.
E os meus dedos, inconscientemente, teimam em passear
Pelo leve pulsar
Como se quisessem
Acorrentar os pássaros.
Doce ilusão: esses pássaros,
Ah! Esses pequenos pássaros
São livres!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
MEMÓRIA
O meu canto e minha risada
Se misturam
Querendo sair, alucinadamente,
Pela minha garganta
Insana.
A minha alegria é nervosa
Atravessando os portos,
Navegando em mil rios
Da minha cidade
Suja.
Em meu peito pulsa
Um pardal comum
Que não voa
Que só belisca e se banha
Na areia
Fria.
Em qualquer dia
Seja noite escura
Ou manhã vazia
Os mesmos pés
Buscam pelas mesma ruas
O esquecimento
O entorpecimento
Da dor.
Qual a dor – companheirismo
Se faz mais presente?
Qual o sentir mais profundo
Que nos envergonha?
A terra treme
Os homens choram
As mulheres morrem.
E o que você faz?
Se misturam
Querendo sair, alucinadamente,
Pela minha garganta
Insana.
A minha alegria é nervosa
Atravessando os portos,
Navegando em mil rios
Da minha cidade
Suja.
Em meu peito pulsa
Um pardal comum
Que não voa
Que só belisca e se banha
Na areia
Fria.
Em qualquer dia
Seja noite escura
Ou manhã vazia
Os mesmos pés
Buscam pelas mesma ruas
O esquecimento
O entorpecimento
Da dor.
Qual a dor – companheirismo
Se faz mais presente?
Qual o sentir mais profundo
Que nos envergonha?
A terra treme
Os homens choram
As mulheres morrem.
E o que você faz?
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